segunda-feira, 2 de maio de 2011

CIRCUNCISÃO

A circuncisão é uma operação cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pênis. Essa remoção, chamada também exérese do prepúcio, peritomia ou postectomia, é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens),[1][2] a maioria deles por motivos religiosos, uma vez que 68% deles são muçulmanos.

O Programa de Combate a AIDS da Organização das Nações Unidas (ONU) defende, de forma controversa, que a circuncisão reduz o risco de contágio do HIV, no caso de cópula vaginal, mas também afirma que o uso do preservativo é indispensável.[3][4]

Depois do corte do cordão umbilical – a onfalotomia – a circuncisão talvez seja o mais antigo tipo de cirurgia.[carece de fontes?] O termo circuncisão deriva da junção de 2 palavras latinas, circum e cisióne, e significa literalmente "cortar ao redor". Atualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada em muitos lugares da Terra como ritual religioso e também social por vários povos, tais como judeus e muçulmanos. No século XIX e princípio do século XX, no mundo ocidental, em muitos casos a circuncisão médica tinha como motivação principal a prevenção da masturbação, pois o prepúcio é um tecido erógeno. A partir de meados do século XX, a circuncisão tornou-se uma prática médica vulgar, especialmente nos Estados Unidos da América, onde se estima que entre 0,1 e 0,2% dos homens sejam circuncidados.[carece de fontes?] No entanto, a sua frequência reduziu-se progressivamente, pois hoje a prática regular de hábitos de higiene genital, que têm o mesmo efeito da circuncisão, se tornou cada vez mais comum.
Índice
[esconder]

* 1 Origens e fatores culturais da circuncisão
o 1.1 Circuncisão na cultura judaica
o 1.2 Sempre no oitavo dia
* 2 A circuncisão de Jesus
o 2.1 A circuncisão e o cristianismo
* 3 Circuncisão como medida profilática
* 4 Ligações externas
* 5 Referências

[editar] Origens e fatores culturais da circuncisão
Relevo da VI dinastia ilustrando a circuncisão no Antigo Egipto

Um motivo possível para o início da circuncisão masculina era para distinção entre povos. Em muitas culturas, a circuncisão no início da puberdade é encarada como um ritual de passagem - que marca o início da adolescência e a entrada do rapaz na vida adulta. Serve ainda como um sinal permanente de identificação como prova de iniciação num grupo social ou religioso.
[editar] Circuncisão na cultura judaica

Ver artigo principal: Brit milá

Embora alguns acreditem que os hebreus tenham assimilado a prática da circuncisão dos egípcios, não há evidencias consistentes que apoiem essa teoria, o mais provável é que os próprios hebreus tenham, em suas raízes mais remotas da época patriarcal,inserido tal prática em seus costumes de maneira independente a quaisquer outros povos, sendo mantenedores dessa tradição em suas práticas religiosas até a presente época. No Antigo Israel, a circuncisão tinha-se de ser realizada no 8.º dia do nascimento. Tem o sentido de um sinal da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes e um rito de inserção no povo eleito. Deus terá tornado obrigatória a prática da circuncisão masculina para Abraão, um ano antes de nascer Isaque. Todos homens na casa de Abraão, tanto dos seus descendentes como dos dependentes, estavam incluídos, e todos os seus escravos receberam em si este "sinal do pacto" onde entregavam a Deus a sua aliança de carne (anel prepucial) mostrando a reciprocidade deste ato de fé em seu corpo (levítico). A desconsideração deste requisito era punível com a morte. A circuncisão torna-se um requisito obrigatório na Lei dada a Moisés. (Levítico 12:2, 3) Isto era tão importante que, se o 8º dia caísse no dia de Sábado, teria-se de realizar a circuncisão. No 1º Século da EC, entre os judeus, era costume social dar nome ao recém-nascido do sexo masculino quando era circuncidado. Mas os profetas do Antigo Testamento mostravam ser mais importante do que a circuncisão literal, é a circuncisão figurativa ou no "circuncisão do coração". (Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 9:25) Os judeus que não eram sensíveis às palavras dos profetas, são chamados figurativamente de "incircuncisos". (Jeremias 6:10; Atos 7:10)

Influência da cultura grega

A influência da cultura grega começou a predominar no Médio Oriente, e muitos povos abandonaram a circuncisão. Mas, quando o rei sírio Antíoco IV (Epifânio) proscreveu a circuncisão, ele encontrou mães judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o "sinal do pacto". Anos mais tarde, o imperador romano Adriano (117-138) obteve a mesma atitude quando proibiu aos judeus circuncidar seus recém-nascidos. Alguns atletas judeus, que desejavam participar dos jogos helenísticos, esforçavam-se a se tornar "incircuncisos" por meio de uma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio, no empenho de evitar zombaria e ridículo.
[editar] Sempre no oitavo dia

"Com base na consideração das determinações de vitamina K e de protrombina, o dia perfeito para se realizar uma circuncisão é o oitavo dia". (citação de "Nenhuma Dessas Doenças", Dr. S. I. McMillen, 1986, pág. 21, em inglês) Seguir esta regra ajudava a evitar o perigo de uma grande hemorragia A circuncisão era usualmente feita pelo chefe de família. Em tempos posteriores, usava-se uma pessoa treinada para esta operação. Deus colocou esse ato para distinguir o seu povo de outros povos,sendo que o homem deveria obedecer ao mandado Dele. Também como higiene para poupar seu povo de indesejáveis doenças e tornou isso como prática de fé.
[editar] A circuncisão de Jesus



A circuncisão de Jesus

De acordo com a Bíblia, completados os oito dias que determina a tradição judaica, Jesus Cristo foi apresentado ao templo de Jerusalém por sua família para ser circuncidado, quando então foi abençoado por Simeão e Ana. O prepúcio retirado de Jesus é conhecido como prepúcio sagrado, considerada uma relíquia ao longo da história, tendo sua posse sendo clamada ou contestada por diversas igrejas e catedrais. Há vários milagres e poderes atribuídos a esta relíquia sendo muito cobiçada no período medieval.
[editar] A circuncisão e o cristianismo

Com a fundação do Cristianismo, a circuncisão deixou de ser um requisito religioso obrigatório para os cristãos judeus, embora não fosse expressamente proibida. (Atos 15:6-29) A perspectiva da Igreja Católica é contrária à circuncisão (rito judaico) desde seus primeiros dias. Conforme o Papa Eugênio IV oficializou na Bula de União com os Coptos, de 1442, a Igreja manda a todos os seus fiéis que "… não pratiquem a circuncisão, seja antes ou depois do baptismo, pois ponham ou não sua esperança nela, ela não pode ser observada sem a perda da salvação eterna"

O pênis circuncidado logo após a circuncisão

Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico.[carece de fontes?] Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada esmegma, no espaço entre a glande e o prepúcio que a recobre.[carece de fontes?] Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de bactérias que causam grande irritação e é foco de infecções.[carece de fontes?] É realizada em certos casos de fimose, parafimose ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme esteroide que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a prepucioplastia, uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo.

No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos rins e nas vias urinárias. Outros estudos[6] mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do HIV. Sugere-se como um possível motivo que o prepúcio proporciona um ambiente tépido, úmido, que dá ao agente infeccioso mais tempo de sobrevivência e oportunidade para infiltração no organismo. De acordo com notícia publicada no site do jornal brasileiro Folha de São Paulo↑ , casos de infecção caíram 50% em teste na África e estudos foram interrompidos após benefício se mostrar tão evidente. Por se tratar de uma proteção parcial, não se dispensa o uso do preservativo.

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